Um dia de dezembro.
Vésperas são, é óbvio, necessariamente emotivas – por mais imbecil que o pleonasmo possa soar. Se não há distanciamento suficiente, passamos a dizer “Feliz Natal”, mesmo sendo ateus por convicção serena, e “Feliz Ano Novo”, mesmo sabendo que segundas-feiras são sucedidas por terças, quartas e que cada segundo entrega seu antecessor ao passado num fluxo único, que nunca vai parar.
Depois de algumas voltas, a roda gigante do cotidiano fica manjada. Não há Cristo, não há de fato um Ano Novo. Carros continuarão soltando fumaça; balas rasgarão os céus e as lágrimas serão as mais variadas.
Continuaremos a viver, talvez hesitando como quem dobra a esquina de uma cidade que não conhece, mas sem deixar de chegar ao outro lado da rua. Porque existe sempre um outro lado, não sazonal, a ser alcançado. E o mágico é que os bordões do tempo não conseguem algemar o que nos resta viver.
Até amanhã.
Vésperas são, é óbvio, necessariamente emotivas – por mais imbecil que o pleonasmo possa soar. Se não há distanciamento suficiente, passamos a dizer “Feliz Natal”, mesmo sendo ateus por convicção serena, e “Feliz Ano Novo”, mesmo sabendo que segundas-feiras são sucedidas por terças, quartas e que cada segundo entrega seu antecessor ao passado num fluxo único, que nunca vai parar.
Depois de algumas voltas, a roda gigante do cotidiano fica manjada. Não há Cristo, não há de fato um Ano Novo. Carros continuarão soltando fumaça; balas rasgarão os céus e as lágrimas serão as mais variadas.
Continuaremos a viver, talvez hesitando como quem dobra a esquina de uma cidade que não conhece, mas sem deixar de chegar ao outro lado da rua. Porque existe sempre um outro lado, não sazonal, a ser alcançado. E o mágico é que os bordões do tempo não conseguem algemar o que nos resta viver.
Até amanhã.